BBAS3: Banco do Brasil 2T25 — Lucro em Queda de 60%

 

1. Visão geral do Banco do Brasil 2T25 (BBAS3)

O BBAS3 encerrou o segundo trimestre de 2025 (2T25) com lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, representando uma queda de cerca de 60% em relação ao mesmo período de 2024. O valor também ficou abaixo das projeções de analistas, que estimavam lucro na faixa de R$ 5 bilhões.

2. Desempenho financeiro: Lucro, ROE e guidance

No 2T25, o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) caiu para 8,4%, contra mais de 21% no mesmo trimestre de 2024. A gestão revisou o guidance para 2025, prevendo lucro ajustado entre R$ 21 e 25 bilhões, frente à estimativa inicial de R$ 37–41 bi. O payout aos acionistas também foi reduzido de 40–45% para 30%.

3. Banco do Brasil 2T25 — Carteira de Crédito e inadimplência

A carteira de crédito expandida do BB alcançou R$ 1,29 trilhão no 2T25, com crescimento anual de 11,2%, embora desacelerada em relação ao 1T25. Por segmento:

  • Pessoa Física: R$ 342 bi, +8,0% a/a
  • Pessoa Jurídica: R$ 468 bi, +14,7% a/a
  • Agronegócio: R$ 405 bi, +8,8% a/a, com leve retração em relação ao trimestre anterior.

A inadimplência acima de 90 dias aumentou em todos os segmentos:

  • Agro: atingiu 3,5%, com alta de 2,15 pontos percentuais a/a
  • PJ: 4,2% (+0,8 pp a/a)
  • PF: 5,6% (+0,8 pp a/a)
    O custo de crédito chegou a R$ 15,9 bi, mais que o dobro em relação ao ano anterior.

4. Banco do Brasil 2T25 — Margem Financeira, Serviços e provisões

  • A receita líquida de juros (NII) somou R$ 25,1 bi no trimestre, com leve queda anual (-1,9%) e melhora sequencial de 4,9% t/t.
  • Receitas de serviços atingiram R$ 8,7 bi, com alta t/t de 4,7% mas retração anual de 1,0% — impactadas pela reclassificação contábil demandada pela Resolução 4.966.
  • Provisões para perdas com risco de crédito totalizaram R$ 94,7 bi, gerando um impacto negativo nos resultados.

5. Consolidação e mensagens da gestão

A presidente Tarciana Medeiros destacou que “2025 é um ano de ajuste para aceleração do crescimento”, com foco em investimentos estratégicos, proximidade com clientes e uso intensivo de tecnologia. A instituição enfrenta um cenário de deterioração da qualidade dos ativos, sobretudo no agronegócio, o que exigiu ajustes de guidance e redução de proventos.


Resumo dos principais indicadores

Indicador Valor no 2T25
Lucro Ajustado R$ 3,8 bilhões (-60% a/a)
ROE 8,4% (vs. 21% ano anterior)
Guidance Lucro 2025 R$ 21–25 bilhões (antes R$ 37–41 bi)
Payout 30% (antes 40–45%)
Carteira de Crédito R$ 1,29 trilhão
Inadimplência (90d) Agro: 3,5% / PJ: 4,2% / PF: 5,6%
NII R$ 25,1 bilhões (-1,9% a/a)
Receita de Serviços R$ 8,7 bilhões (-1,0% a/a)
Provisões (PDD) R$ 94,7 bilhões

 

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