Embraer (EMBR3) registra prejuízo de R$ 428 milhões no 1T25, mas carteira recorde e dividendos indicam retomada

A Embraer (EMBR3) divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25), evidenciando um cenário misto: enquanto os números operacionais mostram avanço expressivo nas entregas e na receita, o resultado líquido negativo de R$ 428,5 milhões frustrou parte das expectativas do mercado. Ainda assim, a companhia reforça sua recuperação com uma carteira de pedidos recorde e o anúncio da retomada do pagamento de dividendos após anos de suspensão.

🟨 Mesmo com aumento na receita e crescimento nas entregas, a Embraer encerrou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 428,5 milhões. 🟨

Entregas crescem e carteira atinge novo recorde

O desempenho operacional da Embraer no 1T25 foi forte. A receita líquida totalizou R$ 6,4 bilhões, um crescimento de 44% em relação ao mesmo período de 2024. A empresa entregou 30 aeronaves no trimestre, sendo 18 comerciais e 12 executivas — um aumento de 20% nas entregas totais.

A carteira de pedidos firmes chegou a US$ 26,4 bilhões, o maior valor em sete anos. Esse volume elevado se deve, principalmente, à recuperação global da aviação comercial e à contínua demanda por jatos executivos de médio porte.

🟨 A carteira recorde de pedidos reforça a confiança dos clientes no portfólio da empresa e garante maior visibilidade de receita futura. 🟨

Indicadores financeiros da Embraer (EMBR3)

Apesar dos avanços operacionais, o resultado financeiro da Embraer ainda é impactado por despesas elevadas com juros e variações cambiais. Confira os principais indicadores atualizados:

Preço/Lucro (P/L): 25,52
ROE (Retorno sobre Patrimônio): -3,91%
Dívida Líquida: R$ 2,688 bilhões (queda de 48,7% em relação ao 1T24)
Caixa e Equivalentes: R$ 9,1 bilhões
Dividend Yield: 0,00% (mas dividendos serão pagos em maio de 2025)

A dívida líquida continua em trajetória de queda, enquanto o caixa robusto permite conforto financeiro para enfrentar o curto prazo e financiar investimentos. Contudo, o ROE negativo evidencia que a geração de retorno ainda precisa de fortalecimento para compensar os custos financeiros.

Retorno dos dividendos após seis anos

Um dos principais anúncios do trimestre foi a retomada do pagamento de dividendos. A (EMBR3) distribuirá R$ 0,19 por ação, com pagamento previsto para 23 de maio de 2025. A medida marca o fim de um jejum iniciado em 2018, sinalizando confiança na sustentabilidade financeira da companhia.

🟨 “Retomamos os dividendos porque temos um caixa sólido e perspectivas consistentes de crescimento”, afirmou a diretoria da Embraer. 🟨

A volta dos proventos também visa atrair investidores de perfil mais conservador, que priorizam fluxo de caixa recorrente.

Expectativas para o restante de 2025

A Embraer manteve sua projeção de entregas entre 222 e 240 aeronaves no ano, com receita estimada entre US$ 7,0 bilhões e US$ 7,5 bilhões. Mesmo com o impacto de tarifas comerciais dos Estados Unidos, o efeito foi considerado limitado no trimestre.

O foco da companhia agora está na eficiência operacional, expansão do portfólio e novos contratos no setor de defesa. A crescente demanda internacional por aeronaves regionais também deve impulsionar os próximos trimestres.

Conclusão

Embora o prejuízo de R$ 428,5 milhões no 1T25 mostre que a recuperação da Embraer ainda enfrenta desafios financeiros, os avanços operacionais, a carteira de pedidos bilionária e a volta dos dividendos sinalizam um caminho promissor para o médio prazo.

🟨 O investidor que observa o cenário completo perceberá que a Embraer está construindo as bases para uma retomada sólida, apoiada em inovação, demanda global e disciplina financeira. 🟨

Com fundamentos em fortalecimento e visão estratégica clara, a Embraer segue como uma das companhias brasileiras mais relevantes no cenário global da indústria aeroespacial.