O Santander (SANB11) divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), apresentando um desempenho misto que ficou aquém das expectativas do mercado. Embora tenha registrado crescimento anual no lucro líquido, o banco enfrentou pressões em diversos indicadores importantes.
Qual foi o lucro do Santander no 2T25?
O Santander Brasil reportou um lucro líquido gerencial de R$ 3,659 bilhões no 2T25, representando um crescimento de 9,8% em relação ao mesmo período de 2024, mas uma queda de 5,2% na comparação com o 1T25. O resultado ficou 3,6% abaixo do consenso de mercado, que esperava R$ 3,73 bilhões.
Receita, Margem Financeira e Eficiência
A receita total atingiu R$ 20,6 bilhões, um crescimento de 3,3% em relação ao 2T24, mas com queda de 2,2% na comparação trimestral. A margem financeira com clientes mostrou evolução positiva de 11,3% na base anual, fechando em R$ 16,127 bilhões, beneficiada pela disciplina de preços do banco.
As despesas gerais totalizaram R$ 6,412 bilhões no trimestre, uma elevação de 1,5% na base anual, demonstrando controle de custos.
Carteira de Crédito e Inadimplência
A carteira de crédito ampliada do banco mostrou expansão, com destaque para o crescimento no segmento de crédito. No entanto, o banco enfrentou pressões relacionadas ao aumento nas provisões para devedores duvidosos (PDD), refletindo deterioração na qualidade dos ativos.
O setor de agronegócios começou a pesar sobre o balanço, conforme destacado pela gestão do banco.
Rentabilidade e Patrimônio
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROAE) foi de 16,4%, abaixo dos níveis históricos mais elevados e distante da meta de 20% estabelecida pelo banco. O ROE ficou em 16,0%, com recuo de 1,0 ponto percentual na comparação trimestral.
Como o mercado reagiu ao balanço?
As ações SANB11 apresentaram movimento de baixa após a divulgação dos resultados, refletindo a decepção do mercado com os números que ficaram abaixo das expectativas. Analistas destacaram preocupações com:
- Pressão sobre as receitas
- Avanço das provisões
- Dinâmica fraca no resultado
- Compressão das margens
Perspectivas para o segundo semestre de 2025
A gestão do Santander reconheceu estar no “momento mais duro”, conforme declarou o CEO Mário Leão. Os principais desafios incluem:
- Alta da Selic tornando o desafio de rentabilidade matematicamente mais distante
- Necessidade de não depender exclusivamente da queda da Selic para atingir as metas
- Pressão do setor de agronegócios
- Concorrência intensificada no setor bancário
Apesar dos desafios, a gestão mantém otimismo cauteloso e trabalha para reverter o cenário adverso no horizonte.
Conclusão
O resultado do Santander no 2T25 frustrou as expectativas do mercado, sinalizando desafios significativos pela frente. Embora tenha mantido crescimento anual no lucro e disciplina de custos, o banco enfrenta pressões em múltiplas frentes que impactaram negativamente sua performance trimestral.
Os resultados abaixo das expectativas, o ROE distante da meta de 20% e as pressões operacionais merecem atenção especial dos investidores que acompanham o setor bancário, especialmente considerando o cenário macroeconômico desafiador.
Este conteúdo é meramente informativo e não deve ser interpretado como recomendação de investimento. Sempre consulte um profissional habilitado antes de tomar decisões financeiras.